terça-feira, 10 de março de 2009

Haja Motivação

O fator motivacional está em moda, muito falado pelos empresários porém muito pouco praticado. Me parece que estão tornando muito complexa uma questão muito simples que é a motivação dos empregados, funcionários, colaboradores ou seja lá o nome que queiram utilizar. Em linhas gerais, o único motivo pelo qual acordamos cedo, nos deslocamos e passamos em média 8 horas do nosso dia trabalhando para outros, é porque recebemos para isso. Aqui, alguns vão pensar: Eu gosto do que eu faço e faria de graça. Ai pergunto, sem outra fonte de renda? por quanto tempo irá gostar do que faz?.
Como prova, de que o salário é a maior motivação, imagine que você deseja um aumento e vai conversar com seu chefe, porém este, antes de ouvir a sua reivindicação, lhe confidencia que estão pesando em demissões e estão considerando cortá-lo da empresa. Em segundos, vamos da insatisfação ao instinto de sobrevivência.
Então, uma boa remuneração resolve a questão? No fator motivacional, em grande parte, sim.
As empresas inicialmente não consideravam a satisfação dos empregados, mas ai passaram a chamá-los de colaboradores, time ou equipe e acharam que a questão motivacional estava resolvida. Enganaram-se.
Enquanto alguns autores sugerem que as empresas tratem seus funcionários como coleginhas de infância, fazendo exercícios, entoando hinos, levando os funcionários ao parquinho, cuidando de seus filhos e até de seus animais de estimação, outros chutam completamente o balde, como é o caso da polêmica publicitária alemã, Judith Mair, que lançou o livro Schluss mit Lustig, Acabou a Diversão, onde o tema central sugere que o funcionário deve ser feliz em casa e não na empresa. Ela defende uma vigilância ostensiva para o cumprimento de rígidas regras de trabalho.
Tanta discussão poderia se resumir em duas ações para as empresas: remuneração adequada e não empregar qualquer esforço em tornar os empregados infelizes.
O custo da vigilância e pessoal para fiscalizar o cumprimento de regras é alto e pode ser alocado para uma melhor remuneração e quanto ao fator motivacional, esqueça!
Se estamos trabalhando unicamente por causa do salário, alguma motivação outra para continuar vivendo devemos ter e não cabe a empresa se preocupar com isso. O problema, é que tem empresas que não suportam ver um funcionário feliz. É só o tempo de perceberem isso e já imaginam que está faltando trabalho, então lá vem um rodízio e, caso tenha mais pessoas rindo o melhor é uma reengenharia total. Tanto esforço para minar a pouca motivação existente, já que o salário não cumpre seu papel, parece ser um tiro no próprio pé então, deixem o pessoal trabalhar.
Para deixar claro, pague um salário justo, não tente motivar seu funcionário com qualquer coisa que não seja salário e ponha um fim na perseguição da felicidade deles. Estas são as 3 principais ações para um clima organizacional saudável.
E os empresários? Podem elogiar e parabenizar o funcionário quando merecido, isso é bom sempre, mas se puderem evitar discursos públicos de como a empresa reconhece seus colaboradores e prioriza um RH melhor, os funcionários agradecem.
E os funcionários? O ideal seria que trabalhassem pelo que recebem e não usassem indevidamente o local, material nem o tempo de trabalho. Mas até que não tenhamos outra postura empresarial, seria mais conveniente esconderem sua felicidade e disfarçarem um leve mau humor para evitar um desgaste ainda maior na sua, tão incompreendida, motivação.

Um comentário:

  1. Massa este teu blog Hadi..... vou seguir ele.. combina muito com o que eu penso.... mas você pelo menos sabe descrever os pensamentos eheheh

    Abração

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