domingo, 22 de novembro de 2009

Endoquê?

Muitas empresas, hoje em dia, estão adotando conceitos de endomarketing e criando departamentos específicos para atender a sua comunicação interna. O que se observa é que quando estas medidas funcionam, realmente, a coisa toda flui melhor e estas experiências positivas deveriam ser copiadas em larga escala.

O fato é, que não tem coisa mais enervante do que problemas de comunicação. Já vi empresa fazendo segredo de sua missão e visão aos próprios funcionários. Será que pensavam o quê? “mantenham segredo, pois quando os funcionários souberem desta informação irão espalhar por ai ou então não vão mais querer trabalhar aqui!”. Se esta é uma estratégia adotada para que os funcionários não conheçam nem entendam o seu negócio, parabéns pelo êxito.

E quanto maior for a cadeia hierárquica, pior fica. Muitas vezes uma ordem dada por um diretor ou presidente chega até o executor completamente sem sentido algum o deixando completamente desesperado e, sua situação ainda pode piorar, caso ele tente compreender a ordem e questione o seu imediato, e o questionamento então faz o caminho inverso, isso pode chegar ao diretor ou presidente de tal forma que os obrigue a demitir o executor por incompetência ou insubordinação dependendo de como chega ao final.

Fico imaginando o chefe imediato do executor passando uma ordem sem sentido e sem se dar conta disso. Deveria ser demitido. Se bem que ai pode complicar, porque na grande maioria das vezes nem diretores, presidentes nem gerentes sabem o que querem exatamente e, mesmo assim, criam ou passam ordens sem qualquer fundamento, assim, toda a cadeia teria que ser demitida.

Os maiores problemas dentro das empresas são ocasionados pela total falta de clareza de idéias por parte dos dirigentes agravados pelos ruídos na comunicação que distorcem totalmente a informação inicial. E se o assunto for confidencial, o que representam a grande maioria, somente fragmentos dos fragmentos de uma idéia inicial obscura chegam ao executor, tão sem sentido, que muitas vezes chegam a virar piadas lendárias dentro da empresa.

Quanto mais dados imprecisos e quanto menor for o nível de informação dentro das empresas maior será a inoperância e o retrabalho, uma vez que, se não sabemos o que queremos e mesmo assim repassamos e aprovamos a execução, certamente terá que ser refeito ou descartado gerando um alto custo financeiro e operacional. Sem falar no stress.

A adoção de boas práticas como o endomarketing, além de fortalecer as relações internas compartilhando com os funcionários os objetivos da organização, também possibilita vender a imagem da empresa de forma positiva e mais eficaz.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Questão de escala

Quando penso que os políticos deste país estão nadando em um mar de corrupção, espionagem, propinagem, lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e influências, me pergunto, será que a falta de ética e moral vem do berço? A resposta que me vem à mente é, sim.
Na verdade todos nós, em níveis diferentes, temos propensão ao jeitinho ou a corrupção pesada, na verdade, é tudo uma questão de escala. Se perguntássemos às pessoas se foram 100% éticas e honestas ao longo de suas vidas, certamente nos certificaríamos que ninguém o foi. Isso, se pudéssemos contar com a sinceridade do respondente.
Desde pequenos somos criados para competir e vencer. O melhor brinquedo é o nosso e se não temos brinquedos podemos usar esta situação para nos beneficiar fazendo alguma espécie de chantagem emocional ou ainda, como uma desculpa para tê-lo a qualquer custo.
Baixamos filmes e músicas sem pagar, compramos CD/DVDs piratas, artigos roubados ou clonados, desbloqueamos vídeogames e aparelhos de sinal de TV fechada, tudo para nos beneficiar, mas para todos estes pequenos delitos temos uma justificativa compreensível e até aceitável, assim, como devem ter os políticos quando desviam dinheiro da saúde para suas contas bancárias.
Mesmo correndo o risco de exagerar, chego a pensar que se nos colocassem em contato com este mundo do alto escalão, onde, o poder e o dinheiro são a base da sobrevivência, será que não nos renderíamos ao delito? Com uma boa razão claro.

Imagino que na política, seja praticamente impossível se manter à parte desta rede de corrupção porque se não se envolve com ela também não pode atrapalhar. Se temos políticos que não roubam ou não estão envolvidos com o tráfico, também não podemos tê-los como éticos, pois ficam olhando para o crime calados esperando o gordo salário no fim do mês. Enfim são coniventes.

Assim, alguns freudadores, cientes do erro, tentam se justificar, outros, se vangloriam com o feito e se sentem muito espertos acusando o fraudado de ser trouxa. E tem aqueles, que simplesmente gostam de cometer delitos, estão consciente das conseqüências e não se importam com elas, enfim não tem escrúpulos nem noção alguma de ética.
Furtar comida no armazém, baixar arquivos ilegais na Internet, incentivar a pirataria, burlar o imposto de renda, não fornecer nota fiscal, superfaturamento de obras, caixa 2 ou desvio de dinheiro público, todas elas são ações fraudulentas o que as difere é a escala.

terça-feira, 10 de março de 2009

Haja Motivação

O fator motivacional está em moda, muito falado pelos empresários porém muito pouco praticado. Me parece que estão tornando muito complexa uma questão muito simples que é a motivação dos empregados, funcionários, colaboradores ou seja lá o nome que queiram utilizar. Em linhas gerais, o único motivo pelo qual acordamos cedo, nos deslocamos e passamos em média 8 horas do nosso dia trabalhando para outros, é porque recebemos para isso. Aqui, alguns vão pensar: Eu gosto do que eu faço e faria de graça. Ai pergunto, sem outra fonte de renda? por quanto tempo irá gostar do que faz?.
Como prova, de que o salário é a maior motivação, imagine que você deseja um aumento e vai conversar com seu chefe, porém este, antes de ouvir a sua reivindicação, lhe confidencia que estão pesando em demissões e estão considerando cortá-lo da empresa. Em segundos, vamos da insatisfação ao instinto de sobrevivência.
Então, uma boa remuneração resolve a questão? No fator motivacional, em grande parte, sim.
As empresas inicialmente não consideravam a satisfação dos empregados, mas ai passaram a chamá-los de colaboradores, time ou equipe e acharam que a questão motivacional estava resolvida. Enganaram-se.
Enquanto alguns autores sugerem que as empresas tratem seus funcionários como coleginhas de infância, fazendo exercícios, entoando hinos, levando os funcionários ao parquinho, cuidando de seus filhos e até de seus animais de estimação, outros chutam completamente o balde, como é o caso da polêmica publicitária alemã, Judith Mair, que lançou o livro Schluss mit Lustig, Acabou a Diversão, onde o tema central sugere que o funcionário deve ser feliz em casa e não na empresa. Ela defende uma vigilância ostensiva para o cumprimento de rígidas regras de trabalho.
Tanta discussão poderia se resumir em duas ações para as empresas: remuneração adequada e não empregar qualquer esforço em tornar os empregados infelizes.
O custo da vigilância e pessoal para fiscalizar o cumprimento de regras é alto e pode ser alocado para uma melhor remuneração e quanto ao fator motivacional, esqueça!
Se estamos trabalhando unicamente por causa do salário, alguma motivação outra para continuar vivendo devemos ter e não cabe a empresa se preocupar com isso. O problema, é que tem empresas que não suportam ver um funcionário feliz. É só o tempo de perceberem isso e já imaginam que está faltando trabalho, então lá vem um rodízio e, caso tenha mais pessoas rindo o melhor é uma reengenharia total. Tanto esforço para minar a pouca motivação existente, já que o salário não cumpre seu papel, parece ser um tiro no próprio pé então, deixem o pessoal trabalhar.
Para deixar claro, pague um salário justo, não tente motivar seu funcionário com qualquer coisa que não seja salário e ponha um fim na perseguição da felicidade deles. Estas são as 3 principais ações para um clima organizacional saudável.
E os empresários? Podem elogiar e parabenizar o funcionário quando merecido, isso é bom sempre, mas se puderem evitar discursos públicos de como a empresa reconhece seus colaboradores e prioriza um RH melhor, os funcionários agradecem.
E os funcionários? O ideal seria que trabalhassem pelo que recebem e não usassem indevidamente o local, material nem o tempo de trabalho. Mas até que não tenhamos outra postura empresarial, seria mais conveniente esconderem sua felicidade e disfarçarem um leve mau humor para evitar um desgaste ainda maior na sua, tão incompreendida, motivação.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Especialista X Faz-tudo

Hoje em dia é comum ouvirmos alguns conceitos, que algém importante falou e convém acreditar, onde o perfil de um bom profissional é aquele "multi-tarefa". Com este perfil, um funcionário sabe atuar em todas as áreas da empresa. Este novo conceito faz com que às empresas estimulem a figura do velho "faz-tudo" e, para adestar o funcionário, vem adotando os temíveis rodízios que é o pesadelo de qualquer um (talvêz pela perda da individualidade). Estes processos geram, normalmente, mais stress organizacional do que propriamente resultados e, fora o lado prático de sempre se ter um faz-tudo por perto, sabemos que, a menos que tenhamos super-poderes, não temos tantas habilidades natas assim. Então, se eliminarmos os especialistas do mercado, num futuro próximo, as empresas estarão abarrotadas de profissionais que sabem fazer um pouco de tudo e, ao mesmo tempo, específicamente nada!
Admitindo, mesmo que hipotéticamente, que temos super-poderes e que podemos atuar em todas as áreas de uma empresa com eficiência, isso não quer dizer com eficácia, razão pela qual, não são propostos rodízios aos altos escalões. No entanto, a aplicação do rodízio nos níveis operacionais é tido como moderno e arrojado. O ponto positivo talvez, seja a descoberta de novos talentos até então escondidos, porém, para isso basta dar a oportunidade e abertura suficiente aos colaboradores para se apresentarem sem a necessidade de gerar uma bagunça operacional. Se saber realizar todas atividades, ao ponto de poder trabalhar sozinho, é importante para as empresas, então poderíamos ter aulas com o dono do armazém da esquina. Mas ai vem a pergunta. Porque o dono do armazém da esquina não é dono de uma grande corporação? a resposta talvez continue no ramo do especialista.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Resistência à Mudança

Recentemente, em uma demonstração sobre o funcionamento de um processo de redesenho empresarial, um senhor de meia idade, que estava apresentando o projeto manifestou-se sobre a dificuldade de implantar mudanças na cultura das organizacões, onde os colaboradores normalmente oferecem resistência ao novo. Em sua explanação, exemplificou com o fato dos casais sempre dormirem cada um em "seu" lado na cama e nunca se permitirem trocar de lado, perdendo assim, a oportunidade de um ponto de vista diferente até do próprio quarto e atribuiu isso, ao fato de termos dificuldades com mudanças.
Pode fazer sentido, mas podemos pensar a questão de um ponto de vista diferente.
O ser humano é sim um ser que precisa de grupos sociais, porém, "o lado da cama" é a prova de que o homem é um ser social mas que precisa de um mínimo de individualidade e se pensarmos em um casamento, a única individualidade que resta aos integrantes do casal talvez realmente seja o "seu lado na cama" e, perder este símbolo da individualidade pode trazer o medo de não saber mais ser um indivíduo e somente ter vida em sociedade.
Nas empresas este pensamento também tem sua aplicabilidade, o indivíduo entra na empresa tímido sem muita ousadia, ai é estimulado a trabalhar em equipe e ele o faz muito bem, isso talvez porque ele adquiriu confiança pois tem os seus colegas, a sua mesa, a sua sala, a sua empresa... Prive-o disso em um processo qualquer de mudança como: reengenharia, redesenho ou até mesmo mude sua forma de trabalho e terá resistência pois estará ameaçando sua rotina a sua individualidade na empresa. Tire toda a individualidade do funcionário e poderá perder um membro da sua equipe.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Viagens do Tempo

Hoje recebi por mail uma mensagem relacionada à idade... O título "Mulheres Maduras" mexeu comigo, pois gritou algo em mim. Ai meu Deus! Isso é comigo, já tenho 36 anos!

Ao ler o conteúdo, notei que não estava me identificando com padrões do tipo: "Mulheres maduras tem olhar de loba experiente", "tem que ter mais conteúdo", "Não tem tempo para desperdiçar com bobagens de adolescente", "preferível ser Ana Maria Braga do que Daniela Cicarelli", "Beleza acaba um dia".
Todas essas frases tentavam justificar porque é melhor ser mais velha, traçando uma linha de comparação com as mulheres mais jovens. Isso me alertou ao fato de que às vezes me sinto criança, adolescente e gosto disso. E porque, em nome de Deus, alguém acharia ruim ser jovem! Insinuar isso, só torna a idéia de ficar velha pior.

Tenho orgulho das bobagens cometidas na adolescência, embora, nunca tenha me sentido imatura, e fiquei me perguntando: Será que perdi a noção do tempo? Será que meu comportamento condiz com a minha idade? Enfim, fui tirada de uma feliz ignorância com relação ao tempo em plena manhã de trabalho.

Não que me considere uma adolescente, sei da minha condição, mas ter de parar e pensar que tenho que preferir isso ou aquilo por ter 36 anos é frustrante. Para mim a infância e a adolescência foram muito boas e não quero apagar traços delas em mim.

Criou-se um clima de concorrência entre a fase adulta e a adolescência incompreensível. Porque comparar se não existem termos de comparação? São momentos completamente diferentes que passamos embora complementares. Já fomos um deles e eles serão um de nós e se "temos que servir de exemplo", que seja um exemplo que traga expectativas boas a estes adolescentes. Não quero passar a eles a impressão que a vida adulta é chata ou nostálgica. Cada um deveria ter sua própria reação ao tempo.

A sociedade cobra uma postura condizente à idade que temos, podemos aparentar menos idade e fazer coisas da idade que aparentamos, mas esconda isso, porque se souberem sua idade em números, muda tudo.

A vida nos dá tempo para tudo, para brincar de roda e boneca, usar minissaia, bijus, cabelos compridos, salto alto, de namorar, de ter filhos, ter carro, comprar casa e jogar videogame, mas a cultura social é tacanha e nos diz que tudo tem sua hora certa para acontecer e estipula limites de tempo com regas definidas. Com poucas variações, o senso de adequação à idade, nos induz a caminhos cada vez mais estreitos, escravizando até nossas vontades. Não importa se gosta de minissaia, importa quantos anos tem para poder usá-la.

Estas regras de comportamento ideal para cada idade, nos tiram tempos preciosos de vida, geram ansiedade que nos fazem pular etapas que não estão definidas nos roteiros estabelecidos pela sociedade. Deixamos a infância precocemente e cada vez mais cedo adolescentes viram adultos. Assim, só sobra mesmo mais tempo para a velhice.

Para exemplificar como nossas exepriências podem influenciar a percepção das coisas nas pessoas, dependendo de como for transmitida, podemos usar para efeito ilustrativo, a menstruação. Assim, uma pré-adolescente, que nem menstruou ainda, ao receber informações de experiências negativas de outras mulheres, terá um pré-conceito negativo formado sobre esta que, poderia ser uma das mais belas e aguardada manifestação feminina. Sem graça! O bom seria descobrir sozinha, curtir cada experiência como novidade especialmente feita para nós, o que de fato é.

Para que conceitos formados? Não deveríamos achar que esta idade é melhor que aquela, só viver! E de preferência sem pré-conceitos, fora do tempo que nos é imposto ao longo da vida, sem pré-conceitos e sem tabus.

O que realmente seríamos se vivêssemos sem tempo e regras, com apenas as informações físicas e nossas próprias vivências? Talvez a ingenuidade infantil e todas as bobagens da adolescência se somariam a outras descobertas pessoais que, sem interferência, completariam uma experiência de vida única com erros e acertos particularmente e verdadeiramente seus.

Se deixássemos que somente as limitações físicas nos mostrassem a passagem do tempo, talvez seríamos criança, adolescente e adulto por muito mais tempo, e teríamos uma existência naturalmente mais FELIZ.