Na verdade todos nós, em níveis diferentes, temos propensão ao jeitinho ou a corrupção pesada, na verdade, é tudo uma questão de escala. Se perguntássemos às pessoas se foram 100% éticas e honestas ao longo de suas vidas, certamente nos certificaríamos que ninguém o foi. Isso, se pudéssemos contar com a sinceridade do respondente.
Desde pequenos somos criados para competir e vencer. O melhor brinquedo é o nosso e se não temos brinquedos podemos usar esta situação para nos beneficiar fazendo alguma espécie de chantagem emocional ou ainda, como uma desculpa para tê-lo a qualquer custo.
Baixamos filmes e músicas sem pagar, compramos CD/DVDs piratas, artigos roubados ou clonados, desbloqueamos vídeogames e aparelhos de sinal de TV fechada, tudo para nos beneficiar, mas para todos estes pequenos delitos temos uma justificativa compreensível e até aceitável, assim, como devem ter os políticos quando desviam dinheiro da saúde para suas contas bancárias.
Mesmo correndo o risco de exagerar, chego a pensar que se nos colocassem em contato com este mundo do alto escalão, onde, o poder e o dinheiro são a base da sobrevivência, será que não nos renderíamos ao delito? Com uma boa razão claro.
Imagino que na política, seja praticamente impossível se manter à parte desta rede de corrupção porque se não se envolve com ela também não pode atrapalhar. Se temos políticos que não roubam ou não estão envolvidos com o tráfico, também não podemos tê-los como éticos, pois ficam olhando para o crime calados esperando o gordo salário no fim do mês. Enfim são coniventes.
Furtar comida no armazém, baixar arquivos ilegais na Internet, incentivar a pirataria, burlar o imposto de renda, não fornecer nota fiscal, superfaturamento de obras, caixa 2 ou desvio de dinheiro público, todas elas são ações fraudulentas o que as difere é a escala.